Você gostaria de conhecer uma aldeia índigena, assistir apresentações culturais e religiosas e aprender mais sobre os povos originários do Brasil e sobre uma parte da história do nosso país que nem sempre é ensinada nas escolas? Em Porto Seguro, extremo sul da Bahia, tudo isso é possível. Trata-se da Reserva da Jaqueira, uma área indígena da Etnia Pataxó, que oferece opções de etnoturismo de segunda a sábado. O acesso à Aldeia é pago e há no local também uma loja de artesanatos. Com isso, a comunidade indígena consegue gerar renda e apoiar a preservação ambiental - um dos destaques da Jaqueira é que ela está em uma área de mais de 800 hectares de mata atlântica preservada.
A nota da Jaqueira no Google Maps (4.8, com mais de mil avaliações) não deixa mentir: o local é, de fato, muito especial.
A visita guiada à Jaqueira ajuda a entender um pouco mais sobre a história dos povos indígenas e a história do Brasil. Afinal, foi na região de Porto Seguro que os portugueses chegaram pela primeira vez ao Brasil e o povo Pataxó foi o primeiro povo indígena a ter contato com com os invasores. “Aqui contamos a história do nosso povo, que muitas vezes não está nos livros, sobre os invasores que tomaram nossas terras”, me contou um índígena, sem ressentimento, mas ressaltando a importãncia de que todos saibam a história.
Durante o passeio na Aldeia, o visitante assiste apresentações religiosas e culturais. Muitos cânticos são entoados na lingua Pataxó, batizada pelos indígenas de PATXOHÃ (se lê pachiorrã, em português), que se significa língua de gerreiro. Aliás, a Reserva da Jaqueira, junto com outras comunidades pataxós da região, está em um processo de resgate do idioma, que até pouco tempo era falado apenas pelos idosos. Hoje, há diversas escolas indigenas na região, com educação bilingue (português e patxohã). Na Jaqueira, você vai ver inclusive, muitas placas e sinalizações no ídioma indígena.
Se você viajar a Porto Seguro, não deixe de visitar a Reserva da Jaqueira. Você vai aprender sobre a cultura do Brasil, ver lindas apresentações culturais e também colaborar com a preservação da cultura indígena e das nossas florestas.
Dica: o trajeto mais rápido mostrado pelo Google Maps é pelo bairro Paraíso dos Pataxós, porém o melhor trajeto é pegando a Orla, em sentido a Santa Cruz de Cabrália (vá nesse sentido que o Google Maps vai recalcular, há placas na estrada).
Auêry! (Obrigado, em Patxohã)
