No último domingo, fui dar uma volta de bicicleta pelas redondezas da minha cidade, na zona rural. É uma área que eu gosto bastante de ir, principalmente por remeter a minha infância. Além de ser um lugar muito fresco, e gostoso de passear. Então “bora pro camin da roça!”
Antes de entrar na estrada de terra de fato, passei no horto florestal daqui que, hoje tem o nome de: "Estação Ecológica Água Limpa”. É mantido pelo Instituto Estadual de Florestas IEF-MG e foi criado em novembro de 1923. A vegetação predominante é a Mata Atlântica e é bem engraçado que, assim que entramos nos limites da reserva, a temperatura parece cair mais de uns 5 graus.
Há um tempo, estava meio abandonado e era até perigoso ir lá por ser mata bem fechada. Porém hoje vivemos uma realidade bem diferente, ainda bem. Das vezes que fui lá, há sempre bastante gente, seja fazendo piquenique, crianças brincando, pessoas fazendo trilhas, outras tirando fotos ou simplesmente indo lá para ter o contanto com a natureza, o frescor e o silêncio. Há um espaço no meio da mata onde é possível fazer isso e onde está um centro de visitações.
Antes de se tornar horto florestal, lá era uma fazenda que produzia café. Inclusive tem as ruínas da fazenda lá ainda. Agora, dividindo espaço com as árvores.
A entrada do horto, é o ponto final da rua pavimentada, depois, só estrada de terra. Em poucos minutos, a mata fechada fica para trás e dá lugar a espaços mais abertos, pastos, fazendas, vacas… Meu objetivo final era um local chamado Sinimbu. Fica a aproximadamente 7 km da Estação Ecológica.
Como não chove a mais de um mês, a poeira estava forte. Em alguns momentos tive que parar quando vinha um carro e esperar um pouco a poeira baixar. Mas isso não estragou o passeio. Não era um dia quente e mesmo fora da área de mata, há bastante árvores pelo caminho, sendo assim, em alguns pontos dava até um ventinho frio.
Pelo caminho, há muito o que observar. Pastos, plantações, vacas, rios, açudes, resquícios de mata, morros, a simplicidade do interior de Minas. E aí que me vem a nostalgia. Sempre lembro das brincadeiras, das voltas de charrete, de subir até no alto dos pastos, tomar banho de cachoeira, comer uma fruta no pé… já que meu tio tinha um sítio por essas redondezas e eu frequentava lá. Além de sempre pensar como deveria ser ali: anos atrás; no século passado; antes dos portugueses chegarem nessa região.
Aí nessas horas de pensamentos, eu não percebo um cachorro e ele vem correndo atrás de mim raivosamente. É a hora de por toda a força no pedal e ir embora.
Em um trecho, passa-se ao lado de um rio, que fica em um pequeno vale. Existe uma cachoeirinha que eu e meus primos íamos muito lá. O acesso está bem complicado, pois tem que descer uma trilha íngreme no meio da mata. E aparentemente, o local não é tão frequentado mais. É um local gostoso, fresco e escuta-se só o barulho da água e da mata.
De volta a estrada, continuei seguindo até chegar em Sinimbu. Sinimbu na verdade é o nome de uma fazenda que existe lá. No século passado era grande produtora de café e havia uma estação de trem, hoje desativada, que escoava todo o café ali produzido. Atualmente, só tem um bar ao lado da estação, a fazenda e alguns poucos sítios próximos. De longe é um local muito movimentado. Cruzei uma ponte que tem ali, sobre o Rio Pomba e andei mais um pouco, até achar uma sombra e um lugar mais tranquilo, para descansar e fazer um lanche.
Por fim, retornei para casa com o espírito renovado e calorias queimadas após esse passeio. Espero que tenha curtido esse passeio, assim como eu!
E me conte, há algum lugar em especial que lhe remete a sua infância? E gosta de passear em zonas rurais ou prefere ficar na cidade mesmo?
Até a próxima!
P.S: não foi a primeira vez que eu presencio isso, mas no fim da tarde, nas proximidades da estação ecológica aparece muitos quatis. Mas são bem ariscos.