O Espaço Cultural da Marinha, no Rio de Janeiro, oferece dois passeios marítimos imperdíveis, que eu não sei bem o porquê, são pouco conhecidos tanto pelos turistas que visitam à cidade, como pelos próprios moradores. Um deles, de duração aproximada de 1h20, percorre toda a Baía da Guanabara, com um roteiro formado por 17 atrações que permite ao visitante avistar do mar algumas das principais atrações da Cidade Maravilhosa. O outro passeio de barco sai direto do Espaço Cultural da Marinha para uma visita guiada à Ilha Fiscal, sede do último baile do Império, que ficou para sempre marcada no imaginário popular.
Cada um dos passeios custa R$ 36 reais (o equivalente a US$ 8,3 dólares, na cotação de hoje) e dá direito também a visitação ao Espaço Cultural da Marinha, onde o visitante pode por exemplo entrar em um antigo submarino de guerra e também ao um antigo helicóptero.
Os passeios acontecem de quinta-feira a domingo e também nos dias de feriado (exceto em datas específicas), sendo que o passeio marítimo acontece sempre às 13H15 e às 15h e os passeios à Ilha Fiscal acontecem às 12h30, 14h e 15h30. Condições climáticas podem afetar os passeios, mas felizmente, como na maior parte do ano, o último domingo fez um dia agradável e eu aproveitei para fazer os dois passeios.
Passeio Marítimo
Eu já havia comprado meus ingressos pela internet no dia anterior, mas foi preciso trocá-los na bilheteria. Você também pode comprar na própria bilheteria com cartões de crédito, débito, ou com dinheiro em espécie. O embarque acontece 20 minutos antes do horário agendado e eles foram extremamente pontuais.
Uma oficial da Marinha, super animada, nos contava a história de cada um dos pontos turísticos pelos quais passamos: Espaço Cultural da Marinha, Estação das Barcas, Aeroporto Santos-Dumont, Escola Naval, Aterro do Flamengo, Pão de Açúcar, Fortaleza de São João, Ilha da Laje, Fortaleza de Santa Cruz, Museu de Arte Contemporânea, Museu do Amanhã, Ilha de Boa Viagem, Parque da Cidade de Niterói, Diretoria de Hidrografia e Navegação, Ponte Rio-Niterói, Ilha das Enxadas, Ilha Fiscal, Ilha das Cobras.
Alguns desses lugares eu já visitei e outros eu fiquei com muita vontade de visitar, como por exemplo o Parque da Cidade de Niterói, que tem, segundo a guia, um dos pores do sol mais lindos que ela já viu. As fotos dos nossos colegas Local Guides postaram no Maps não a deixam mentir.
Gostei também de conhecer aspectos da história da cidade do Rio que são pouco divulgados, como a origem do nome da cidade. A versão mais divulgada é que os Portugueses ao chegarem à Baia de Guanabara, em janeiro de 1502, pensaram que se tratava de um “rio” e a batizaram de “Rio de Janeiro”. Como é pouco provável que os experientes navegadores portugueses fossem cometer tal equívoco de confundir uma baía com um rio, ganhou força uma versão menos difundida de que o nome original seria “ria”, um termo de navegação que poderia ser sinônimo de “baía”, ou seja, originalmente, a cidade deveria se chamar “Ria de Janeiro”. Amigos do Rio, @MaximinoSantos, @Lucasgabd, @LuizDeFreitas73 e @ParaenseCarioca, @JLeal, @MeloHeloisaBr****, vocês já ouviram falar sobre essa versão?
EDIT: ,** @Patriciapraca **, a quem eu marquei nesse post, me deu uma explicação mais correta palavra Ria, que ainda é usada em Portugal. “Aqui em Portugal temos várias rias que se assemelham a rios mas na verdade são braços de mar que entram pela terra. As rias são sempre de água salgada”. (Muito obrigado, minha amiga).
Ilha Fiscal
Após uma pausa para o almoço, em um restaurante próximo ao Espaço Cultural, eu estava a postos para o passeio da Ilha Fiscal. Esse passeio de barco é mais curto e vai direto até a Ilha Fiscal. O diferencial é que nesse caso nós desembarcamos para uma visita guiada a esse local, que além de ter uma arquitetura deslumbrante e uma vista privilegiada do Rio de Janeiro, esse local é recheado de história, porque foi o palco do último grande baile do Império.
Ao se tornar independente de Portugal, em 1822, o Brasil continuou a ser uma monarquia, governada primeiramente por D. Pedro I (1822-1831) e depois por seu filho, D. Pedro II (1831-1889). Após os desgastes com a Guerra do Paraguai (1864-1870) – apesar de vitorioso, o país arcou com um alto custo financeiro pelos seis anos de conflito – e dos descontentamentos da elite agrícola brasileira com a abolição da escravidão em 1888, os movimentos republicanos começaram a ganhar ainda mais força. Em 9 de novembro de 1989, a pretexto de saudar oficiais de um navio chileno que estava ancorado no Rio, foi realizado um grande baile na Ilha Fiscal. O local, como o nome mesmo diz, era um entreposto fiscal, desde a época da chegada dos Portugueses ao Rio, e precisou ser totalmente adaptado para o baile. Foi gasta uma enorme quantidade de dinheiro com a recepção, uma vez que a real intensão do império era demonstrar uma imagem de solidez. O tiro saiu pela culatra e os exageros financeiros cometidos no evento podem ter dado a última energia para o que os republicanos, que a essa altura já contavam com apoio da classe militar, depusessem o Imperador e proclamassem a República Brasileira, em 15 de novembro de 1889.
Hoje a Ilha Fiscal é um Museu administrado pela Marinha e nos permite explorar esse e outros aspectos da história do Brasil.
Espaço Cultural da Marinha
Enquanto você aguarda para fazer um dos passeios citados acima, é uma boa ideia aproveitar o tempo livre para conhecer um pouco do Espaço Cultural da Marinha, onde você pode visitar um submarino e também um helicóptero e também conhecer mais sobre a história da Marinha Brasileira. Os ingressos para os passeios já dão direito a visitar o espaço. (É possível visitar apenas o espaço por uma taxa de R$ 12 reais ou aproximadamente US$ 2,90 dólares).
Eu adorei entrar dentro de um submarino, que se converteu em um museu, e ver como funcionava esse equipamento, de construção inglesa, que operou de 1973 a 1999.